
O intuito é observar como reage a psique de alguém que se propõe a ser eremita voluntário. Para isso, Sapojnikov viverá metade de um ano sem conexão com a Internet, sem telefone fixo ou celular, sem energia elétrica e sem roupas modernas, sem fita adesiva ou mesmo uma simples caixa de fósforos.
Em vez disso, ele terá uma pederneira e barrinha de ferro para fazer fogo, fivela-botão, um pente, pedras de afiar, tesouras de mola, um pedaço de cera para passar nos fios (eles assim furam melhor as peles) e "a ferramenta mais importante: um machado". Ele porta todos os apetrechos, exceto o machado, no cinturão de couro, carregado em volta da cintura.
Recriada a partir de escavações arqueológicas, a casa medieval fica a apenas 45 quilômetros de Moscou, perto da movimentada rodovia de Iaroslavski. No pátio há cabras e galinhas e um gigante ruivo que tenta fazer fogo. Ele viverá sozinho por seis meses, numa casa sem aquecimento e vai se alimentar com a dieta de mil anos atrás.
A casa tem apenas três cômodos: o do meio é um quarto de habitação com uma pequena lareira. Não há camas, apenas um tronco coberto com peles. No teto está pendurado peixe seco e cogumelos, em um canto há uma tina de madeira com arando e toucinho.
De acordo com os arqueólogos, é no cômodo mais quente que o peixe tem que secar. No celeiro, apenas os cereais conhecidos dos europeus do século IX. Ou seja: sem milho, batatas e tomates, trazidos da América após o século XV. Sapojnikov terá comida e animais para os primeiros tempos. Depois, ele terá que caçar lebres e raposas nas florestas ao redor usando armadilhas.
Um dia por mês ele terá direito a receber a visita dos familiares. Fora isso, a família só acompanhará o cotidiano de Sapojnikov pelas mensagens de um cronista da equipe de historiadores. Ele será protagonista de um filme dedicado a esse experimento. Para fazer essa reconstrução, foram gastos cerca de dois milhões de rublos – equivalentes a R$ 140 mil.
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