
Martin Carruthers, professor de
arqueologia na Orkney College e coordenador das escavações, afirma que a
descoberta sugere uma conquista “mais
gradual e pacífica”. O que contribuiu para o debate foi a descoberta de
materiais confeccionados em pedra-sabão datados do século XI, muito antes da
então acreditada colonização Viking do século IX. A despeito de terem sido
encontrados no seio do universo picto, Carruthers afirma que esses itens são de
origem escandinava e, portanto, evidências de uma pré-colonização nórdica.
"Podemos estar analisando um processo de adaptação Viking. É provável
que tenha havido um período muito mais longo de interação entre a Escandinávia
e os pictos em Orkney, com assentamentos esporádicos e posterior colonização".
Mas afinal, não houve violência?
Carruthers argumenta: "Nós temos que
ser bastante cautelosos com a resposta dessa pergunta, mas as recentes
descobertas não sugerem indícios de paz ou beligerância entre os grupos nativos
e a Escandinávia". Ele acrescenta: "Se você quiser ser terrivelmente cínico sobre isso, grupos pequenos
[como os escandinavos] poderiam vir à
nova terra o tempo todo, analisando-a e estudando suas fraquezas. Em algum
momento estratégico, esses grupos cortariam a cabeça dos líderes nativos e
assumiriam o controle do local”.
Levando em consideração que uma
longa e estratégica “paz” pode ter precedido o conflito, alguns pesquisadores
pressupõem que o intervalo tenha sido propício ao desenvolvimento do comércio
entre escandinavos e pictos em Orkney, mas Carruthers complementa: "É difícil transformar vestígios
arqueológicos em narrativas absolutas. Eles nos dão importantes detalhes do
âmago da questão, mas não nos oferecem o cenário completo”.
"A única coisa que podemos afirmar sobre os vikings é que eles eram adaptáveis,
e certamente ocuparam terras entre os séculos VIII e XI – entre elas a
Islândia, a Escócia e até mesmo alguns pontos da Terra Santa".
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