Desenterrar metais preciosos em Boeslunde,
Dinamarca, não é uma surpresa. A região é conhecida como uma área onde jazidas
de peças valiosas são muitas vezes descobertas. Mas um pequeno enigma dourado
encontrado recentemente tem surpreendido e deixado os arqueólogos perplexos: dois
mil pequenos artefatos de ouro.
Boeslunde fica na Zelândia, a grande ilha entre a
Dinamarca continental e a Suécia. A região compreende um grande sítio
arqueológico do país, uma vez que tem servido como ponto histórico de conexão entre
milhares de anos e eventos na região – de mudanças climáticas e assentamentos
rurais recentes a fortalezas vikings de mil anos de idade. “Foi um lugar sagrado e especial na Idade do
Bronze, onde os povos pré-históricos realizavam seus rituais e ofereciam ouro
aos poderes mais altos”, afirma o curador do Museu Nacional Dinamarquês,
Flemming Kaul. A descoberta constante de ouro ao redor da área tem estimulado
incontáveis escavações – incluindo algumas mais completas, como essa, do
próprio Museu Nacional.
Mas o que exatamente eles encontraram? Milhares de
fios de ouro em espiral, cada um com cerca de uma polegada de comprimento, e
que juntos somam mais de 200 gramas de ouro sólido, enterrados em uma caixa de
madeira forrada de pele, que há muito tempo já se deteriorou. Ninguém está
muito certo de como esses minúsculos fios foram realmente utilizados. Em seu
comunicado de imprensa, o museu chama a descoberta - que data de cerca de 900 a.C.
- de “pequeno mistério”.
Os pesquisadores têm algumas suposições. Por
exemplo, as peças podiam ser decorações para invocar o poder do sol sobre a
roupa de um sacerdote ou rei. “O sol foi
um dos símbolos mais sagrados da Idade do Bronze e o ouro tinha uma magia
especial”, explica. “Talvez o
rei-sacerdote usasse um anel de ouro em seu pulso, e as espirais em seu manto e
seu chapéu, que, durante as cerimônias e rituais, brilhavam como o sol”.
Enterrados tão cuidadosamente como foram, as peças também poderiam representar um
sacrifício.
O achado estimulou uma enorme quantidade de
interesse público. Afinal, quem não ama um bom mistério envolvendo enormes
quantidades de ouro enterradas há milhares de anos para fins desconhecidos? No
início do mês de julho, o museu local em Skaelskor promoveu um evento de
visualização durante duas horas, juntamente com uma palestra de um curador que discutiu
a descoberta. Centenas de curiosos apareceram para prestigiar a pesquisa. De lá
para cá, a busca por mais espirais – e
talvez suas finalidades – seguem ininterruptas.
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