Os segredos escondidos em rolos de papiro antigos
que foram queimados durante a erupção do vulcão Vesúvio, localizado em Nápoles,
na Itália, há mais de dois mil anos, estão prestes a ser revelados.
Pesquisadores recorreram a um procedimento com um
raio-x de alta potência para ler as primeiras palavras de dois pergaminhos
romanos que estavam na única biblioteca sobrevivente da Antiguidade. Os rolos
de papiro estão entre centenas que foram encontrados em 1754. Os documentos
estavam em uma pequena sala de uma mansão em Herculano, cidade romana que foi
destruída junto com Pompeia quando o vulcão entrou em erupção em 79.
A casa e a vila onde os papiros foram encontrados
são apontadas como de propriedade de um estadista romano rico. Uma das
possibilidades levantadas é de que seria de Calpurnius Piso Caesonius, sogro de
Júlio César.
Os pesquisadores afirmam que as folhas devem
possuir cerca de quinze metros e estavam fortemente enroladas da direita para a
esquerda. Desta forma, a leitura seria da esquerda para a direita.
Cientistas do Conselho Nacional de Pesquisa em
Nápoles descobriram que podiam ler alguns dos trechos dos pergaminhos sem
abri-los através do raio-x. Utilizando um procedimento chamado de raio-x de
tomografia com contraste, os pesquisadores poderiam identificar a tinta preta
no papiro, devido a diferença entre os dois materiais, e reproduzi-los no
raio-x.
Letras do alfabeto grego e várias palavras
distintas foram descobertas nos documentos. Contudo, ainda só foram
identificadas duas expressões completas no papiro. Em uma linha, os
pesquisadores observaram letras maiúsculas gregas que formariam a palavra
“cairia”. Já na linha seguinte, eles encontraram o que seria a palavra “diria”.
Outras palavras incompletas também foram achadas como “negar” e “para” e letras
que se assemelham em nosso alfabeto a letra “a”.
As dificuldades, segundo o grupo de pesquisadores,
podem ser atenuadas se utilizado um equipamento de raio-x com maior potência do
que o usado atualmente. Por enquanto, os pergaminhos pertencem ao Instituto da
França. Anteriormente, os documentos teriam sido dados a Napoleão Bonaparte, em
1802, como presente.
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