Trabalhando na necrópole de Tebas, um vasto conglomerado de túmulos antigos e templos mortuários da atual cidade de Luxor, no Egito, arqueólogos descobriram uma tumba antiga, na margem oeste do Nilo, feita à semelhança do túmulo mítico de Osíris. Além dele, o túmulo de uma rainha egípcia previamente desconhecida foi encontrado em uma pirâmide na necrópole do Cairo.
Uma equipe de arqueólogos do Instituto Tcheco de Egiptologia acredita que a dita rainha tenha sido a esposa do faraó Neferefre, que governou há quase cinco mil anos. Seu túmulo foi escavado em Abu Sir, um gigantesco cemitério construído nos arredores da capital egípcia. Lá, há várias pirâmides dedicadas a faraós da Quinta Dinastia do Império Antigo (2494 a 2345 a.C.), incluindo Neferefre.
O Ministro das Antiguidades Egípcias, Mamdouh al-Damaty, disse que o nome da rainha foi identificado como “Khentakawess III”, graças a inscrições nas paredes de sua tumba. “Esta descoberta vai lançar luz sobre certos aspectos desconhecidos da Quinta Dinastia, que junto com a Quarta Dinastia, testemunhou a construção das primeiras pirâmides”, disse al-Damaty.
Além de identificá-la como “esposa do rei”, a inscrição também indica que a rainha era “mãe do rei”, provavelmente referindo-se ao faraó Menkauhor Kaiu, o sétimo governante da Quinta Dinastia, que administrou a região por quase dez anos. A parte alta da tumba consiste de um “mastaba”, uma estrutura retangular de teto plano com os lados construídos em tijolo ou pedra, e uma capela, que originalmente tinha um par de portas falsas na parede esquerda. A parte subterrânea da tumba é uma câmara funerária, provavelmente usada como depósito para objetos de valor.
Outro túmulo misterioso foi encontrado em Abydos, uma das cidades mais antigas do Egito, na necrópole de Sheikh Abd el-Qurna, que contém a maior concentração de sepulcros privados no complexo de Tebas. Este é o lugar onde todos os sacerdotes e a nobreza egípcia foram enterrados durante o Império Novo, um período da História que durou do século XVI a.C. até o século XI a.C., governado por três dinastias distintas.
Parte do túmulo foi descoberto por Philippe Virey em 1887, mas nunca foi descrita. Assim, uma equipe de arqueólogos espanhóis e italianos liderados por María Álvarez Milagros Sosa, do Projeto Min, se propôs a escavar suas múltiplas câmaras e poços neste ano. Eles relataram que a tumba foi modelada de acordo com o enorme túmulo de Osíris, um componente importante da antiga lenda egípcia.
Osíris é o antigo deus egípcio dos mortos, da vida após a morte e do submundo. É descrito geralmente com uma pele brilhante verde-esmeralda, barba de um faraó, coroa adornada por duas penas de avestruz e pernas enfaixadas como uma múmia. O simbolismo de Osíris é muito evidente no local, uma vez que todos os elementos da câmara mítica estão presentes: uma grande escada de quatro metros de comprimento (entre o Paraíso e o Inferno); uma estátua do deus na parte superior, simbolizando seu isolamento; um corredor vazio que simboliza o canal de água e uma câmara logo abaixo da estátua, identificando a ligação do falecido com o mundo divino.
Com base em uma comparação de tumbas similares, os pesquisadores acreditam que a estrutura remonta à 25ª dinastia do Egito (760-656 a.C.) ou à 26ª (672-525 a.C).
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