13 de maio de 2014

Estudo conclui que Arte islâmica medieval usava Matemática moderna

Antigos segredos religiosos guardados a sete chaves; mensagens codificadas nas paredes dos santuários medievais do Oriente Médio; a Divina Proporção... Leitores desavisados podem estar achando que se trata de mais uma trama elaborada de Dan Brown, mas está bem distante disso.

Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram exemplos de arte islâmica do século XV que usam complexos conceitos da geometria moderna. Este fato indicaria a compreensão intuitiva de fórmulas matemáticas extremamente elaboradas por parte dos artesãos, mesmo com a falta de conhecimento da teoria moderna que é base para estas fórmulas.

Não se sabe como os arquitetos do elaborado arranjo de azulejos nomeou-o há meio milênio, mas os cientistas contemporâneos o apelidaram de “simetria proibida”. É “proibida” no sentido de que, à primeira vista, parece impossível de construir. A pesquisa mostra que ocorreu um importante salto evolutivo na Matemática islâmica por volta dos anos 1200. "É absolutamente maravilhoso. Há mais de meio milênio, eles fizeram azulejos que refletem conceitos tão sofisticados da Matemática que não fomos capazes de descobrir até meados da década de 1970", disse Peter Lu, físico da Universidade de Harvard.

A arte tradicional islâmica usa uma mistura de caligrafia, angulação e florais, pois existe uma proibição da representação artística da forma humana. São formas poligonais simétricas, que criam padrões com a capacidade de serem estendidos infinitamente, ecoando conceitos de geometria moderna. Até o momento, a visão convencional era que os complicados padrões de estrelas e polígonos usados na arquitetura islâmica tinham sido concebidos a partir de linhas em ziguezague, traçadas com o uso de compassos e réguas de pedreiro.

"É possível analisar e ver a evolução, o aumento da sofisticação geométrica. Eles começavam com padrões medíocres, gradativamente mais complexos", afirmou Lu. O físico se interessou pelo assunto durante uma viagem ao Uzbequistão, onde notou uma construção islâmica do século XVI com azulejos que usavam o padrão decagonal. Lu, que projeta experimentos físicos para a Estação Espacial Internacional, estava na região para visitar uma instalação astronômica no Turcomenistão.

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