19 de dezembro de 2014

Uma breve História do Natal

Muitas religiões antigas davam grande importância ao solstício de inverno, época do ano em que a luz do dia dura menos e a noite é mais longa. No calendário juliano, esta data originalmente coincidia com 25 de dezembro. Foi neste contexto anual que os romanos começaram a celebrar suas homenagens ao deus Saturno, a chamada Saturnália. As comemorações incluíam o costume de presentear crianças com doces e bonecos de cera, e de reunir a população de jovens e adultos para danças comunais, sobretudo nas regiões célticas do Império.

Paralela a esse cenário, desenvolvia-se a religião cristã, com seu próprio calendário de ocasiões festivas. Por volta do ano 300 d.C., concordou-se que os solstícios de inverno marcariam a data do nascimento de Jesus, cujo dia exato não foi registrado em qualquer um dos evangelhos ou escritos cristãos. Como a comemoração de aniversários em datas arbitrárias não era uma prática estranha aos imperadores da época, também convencionou-se que o nascimento de Cristo seria celebrado em 25 de dezembro. A base teológica para esta data, extremamente duvidosa, estruturava-se sobre uma Matemática polêmica até para o próprio contexto: exatos nove meses a contar de 25 março, o suposto “aniversário” bíblico da criação do mundo.

Durante os primeiros solstícios de inverno da Idade Média, a celebração natalina tornou-se uma das ocasiões mais importantes do ano cristão, e, em meados do século V, foi estendida com a concepção do Advento e algumas outras festas, como as do Dia de São Estevão, de João Evangelista e dos Inocentes (as crianças executadas por Herodes), respectivamente honradas nos três dias seguintes ao Natal. Os contos originais do nascimento de Jesus dos evangelhos também foram substancialmente expandidos entre os séculos VI e VIII – em um dos exemplos mais clássicos, a história dos três magos foi alterada para que eles não apenas tornassem-se reis, mas para que ganhassem nomes, personalidades e características físicas que os distinguissem.

Não menos importante, o Natal também incorporou muitas outras cerimônias e práticas pagãs, em grande parte “emprestadas” dos povos germânicos. Alguns cristãos da época eram abertamente contrários a essas práticas. São Bonifácio, arcebispo de Mainz, visitou Roma no ano de 742, e queixou-se longamente de como as pessoas “cantavam e dançavam como pagãs” durante o aniversário de Cristo, “celebrando canções heréticas e banqueteando sem medidas”. Enquanto isso, outros líderes cristãos acomodavam-se ou simplesmente toleravam algumas dessas práticas, gradualmente incorporando-as às festividades tradicionais.

As Canções de Natal

A tradição de Canções de Natal remonta ao século XIII. A expressão original, "Christmas Carols", implica em um tipo especial de celebração, geralmente quando os cânticos eram apresentados enquanto os ouvintes movimentavam-se e/ou dançavam ao redor dos cantores. A maior parte das canções atualmente conhecidas vem do fim da Idade Média. Um exemplo clássico é a “Coventry Carol”, originalmente tocada durante uma peça de teatro na cidade de Coventry, na Inglaterra. Trata-se de uma música triste, que descreve o Massacre dos Inocentes que Herodes ordenou à ocasião do nascimento de Cristo. A letra dessa melancólica canção representa o lamento de uma mãe diante da morte de seu primeiro filho.


Fonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário