20 de fevereiro de 2015

Estudo estima surgimento dos primeiros faraós no Antigo Egito

Especialistas discutem há décadas quando foi que os turbulentos Alto e Baixo Egito se unificaram sob uma liderança única e estável pela primeira vez. Estimativas convencionais, baseadas na evolução dos estilos das cerâmicas encontradas em sítios funerários humanos, variam imensamente, de 3400 a 2900 a.C. Contudo, uma equipe de cientistas chefiada por Michael Dee, da Universidade de Oxford, ampliou os métodos usados para estimar as datas e descreveu o procedimento em artigo publicado no periódico Proceedings of the Royal Society A.

Eles usaram medições de radiocarbono em mais de cem amostras de cabelo, ossos e plantas encontrados em sítios funerários e atualmente mantidos em coleções de museus. As evidências arqueológicas e de radiocarbono foram, então, agrupadas em um modelo matemático, que calculou a ascensão do faraó Aha - o primeiro de oito soberanos dinásticos do Egito antigo - como tendo ocorrido entre 3111 e 3045 a.C., com probabilidade de 68%.

Este período foi crítico na História mundial, pois marcou a emergência de uma civilização duradoura no hemisfério ocidental, que ocorreu quando as pessoas começaram a se assentar permanentemente às margens do rio Nilo e desenvolveram a agricultura, fornecendo um excedente que impeliu o comércio. "As origens do Egito começaram um milênio antes da construção das pirâmides, e é por isso que nosso entendimento de como e por que este Estado poderoso se desenvolveu se baseia unicamente em evidências arqueológicas", explicou Dee.

"Este novo estudo fornece nova datação por radiocarbono que restaura a cronologia dos primeiros soberanos dinásticos do Egito Antigo, e sugere que o Egito se formou muito mais rapidamente do que se pensava anteriormente", acrescentou.

Segundo o estudo, Aha e seus sete sucessores governaram um território que se espalhou por uma área similar ao Egito atual, com fronteiras formais com Aswan ao sul, o Mar Mediterrâneo ao norte e a atual Faixa de Gaza a leste.

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